Cinema sempre foi um meio de ver o mundo. Cada história leva junto coisas que os roteiristas passaram horas pensando, foram buscar no fundo de suas memórias ou na topo de sua imaginação. Aí vem o diretor e se encarrega de acrescentar mais um monte de referências, que pouco a pouco vão dando forma ao filme e tocando os espectadores, de diferentes formas: resgatando a memória, emocionando, tocando a alma, causando indignação, abrindo novos horizontes e mais uma infinidade de possibilidades que não se esgotam nas palavras.
Minha infância foi repleta de filmes do incrível Carlitos (meu tio|pai Maninho é inteiramente responsável por isso), cujas imagens estão no fundo da minha memória e do coração. Criança, não entendia (pelo menos racionalmente) a profundidade que Chaplin imprimia em sua atuação e como ele tocava o mundo de uma maneira singular. Arte era seu meio de vida. Talvez, a única forma de vida que lhe fosse possível. Sem mesmo eu saber direito - e isso ainda é uma suspeita - Chaplin tenha me tocado tanto que minha admiração virou profissão.
Não! Jamais pensei em me comparar com Chaplin. Seria um pouco demais... Mas sou sim capaz de me dizer influenciada por ele. E quem não foi?
A educação, assim como o cinema, é capaz de tocar as pessoas. De mudar suas histórias, de dar uma nova perspectiva a suas vidas. Isso sim me faz seguir trocando experiências nas faculdades com meus alunos. Se eu for capaz de tocá-los, de disparar algo que tímida ou devastadoramente os façam trocar as lentes para enxergar o mundo de quantas formas forem necessárias.
No cinema e na educação existe algo de tão solidário quanto egoísta. É tanto uma forma de deixar uma marca sua em cada um que você conhece, que assiste seu filme ou a sua aula, uma forma de perpetuar-se. mas é também um meio de doar-se a cada segundo para ver que o outro está um passo a frente.
Acho mesmo que o mundo precisa de muitos artistas. Mas também precisa de gente solidária. Por isso acho que tenho uma excelente profissão .
Mannuela Costa é professora, produtora e escreve semanalmente paara este blog. Ah! E adora saber que a cada história do cinema, existe uma aula e o mundo vai ficando um pouquinho diferente.
E ainda era meu primo, Charles Spencer Chaplin. Sua influência foi total em minha paixão pela arte de contar estórias com fotogramas. Nos idos de 80, sentava nas tardes de sábado para comer pudim royal, que minha mãe preparava, e assistia a "sessão Charles Chaplin", na época em que a Globo se preocupava em passar coisas de qualidade.
ResponderExcluirH
No meu caso, o VHs era o responsável :)
ResponderExcluir